Construir uma casa pode ser mais simples do que se imagina. Com a técnica de bioconstrução chamada de hiperadobe, sacos com terra compactada viram paredes de residências sustentáveis, baratas e resistentes. "A bioconstrução busca a harmonia entre a edificação e o meio ambiente com melhor aproveitamento dos recursos, uso de materiais locais e redução dos resíduos e do gasto energético", explica o extensionista Élcio Pedrão, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Escritório Municipal de Frei Rogério.A casa de terra ensacada pode ser construída em qualquer região, pois independe do tipo de solo. "A terra pode ser da terraplanagem do local onde será executada a obra", diz o extensionista, que aconselha separar a camada superficial para usar no jardim e o subsolo para construir.
As paredes são erguidas rapidamente por uma equipe de pelo menos cinco pessoas, que devem ser assessoradas por alguém experiente nessas construções. "O uso de materiais naturais e não tóxicos permite que qualquer pessoa participe da obra, em mutirão, inclusive os futuros moradores", diz Élcio.
Reciclável e segura
Além de terem baixo impacto ambiental, as casas são recicláveis, pois podem ser demolidas para reaproveitar o material. A técnica permite reduzir o valor da obra em cerca de 30%, dependendo da região. Em Frei Rogério (SC), uma casa de 100 metros quadrados (m²) custa de R$ 25 mil a R$ 30 mil.As construções exigem pouco investimento em material de suporte, como madeira, não utilizam ferro e, no máximo, 10% de cimento. "Para prepará-las, necessita-se apenas de 1% a 2% da energia despendida com uma construção similar em concreto armado ou tijolo cozido", acrescenta.
As paredes de terra também oferecem conforto térmico e acústico. Por serem mais largas que as convencionais, elas isolam melhor o som e retardam a entrada de calor no verão e a perda de calor no inverno. A segurança é outro ponto forte: a construção resiste a terremotos, vendavais e fogo.
Da guerra para o lar
A técnica de hiperadobe foi criada pelo arquiteto iraniano Nader Khalili, que buscava uma solução para abrigar refugiados de guerra e de desastres naturais. O método se popularizou na década de 1980, quando ganhou um concurso da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana), que procurava a técnica mais apropriada para construir uma base na Lua.
Hoje, as casas de terra ensacada estão espalhadas pelo mundo e são encontradas em vários estados brasileiros. A tecnologia foi introduzida no País pelo Ecocentro IPEC - Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado. Em Santa Catarina, há construções em hiperadobe em municípios como Descanso, Seara, Coronel Martins, Coronel Freitas, Paial, Arabutã, Pinhalzinho, Araquari, Camboriú, Florianópolis, Jaguaruna e Frei Rogério.
Para mais informações, entre em contato com o extensionista Élcio Pedrão pelo e-mail elcio@epagri.sc.gov.br.
Para saber mais
Mais detalhes desta técnica estão disponíveis na revista Agropecuária Catarinense vol. 25, n° 3. Clique aqui para baixar a edição (arquivo PDF).
FONTE
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina
Cinthia Andruchak Freitas - Jornalista
Telefone: (48) 3665-5000
Links referenciados
Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarinawww.epagri.sc.gov.br
Revista Agropecuária Catarinense
www.epagri.sc.gov.br/files/RAC86_Nov2012
elcio@epagri.sc.gov.br
elcio@epagri.sc.gov.br
Ecocentro Ipec
www.ecocentro.org
Clique aqui
www.epagri.sc.gov.br/files/RAC86_Nov2012
Nasa
www.nasa.gov
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